domingo, 3 de abril de 2016

Guerras em vão


A guerra pode ser um local onde a poesia prospera? Acredito que sim. De qualquer lugar ela pode emanar, sobretudo onde vidas humanas estão suspensas num fio tênue e cambiante. Willian Butler Yeats, que viveu em tempo de guerra, discordava: “Em tempos como os de hoje suponho que o melhor é um poeta silenciar-se, por ser insuficiente seu dom contra o estadista a praticar o mal”. Mas vou adiante, já que o próprio Yeats tratou de se contradizer deixando-nos belos versos sobre os confrontos.

A Primeira Guerra Mundial foi prodigiosa em revelar bons poetas que lutaram no front e que tiveram suas vidas interrompidas abruptamente. Entrincheirados, exauridos, solitários, eles relegaram textos inspirados sobre a estupidez da guerra, a solidão dos campos enlameados e um estranho e obstinado patriotismo.

Aqui se entrincheira a contradição de Yeats, que escreveu: “Não odeio quem combato e não amo quem defendo”. O poeta, instado a escrever sobre os confrontos, teria se inspirado em um parente, já que ele próprio não serviu na primeira das grandes guerras. Mas os outros que citarei sofreram os horrores da guerra e viveram, pelo menos algum tempo, para registrar a experiência na forma de poesia. Um deles é Rupert Brooke (1887-1915), que escreveu “O herói”, que tem aqui uma leve adaptação ao ser traduzido:

“Morreu exatamente como desejaria”,
disse a mãe após ler e dobrar a missiva.
“O coronel escreve tão bem.”
Mas quebrou-se algo naquela voz cansada, que gaguejou.

O olhar um pouco alçado: “Nós, mães, de um herói morto
orgulhamo-nos tanto.” E o olhar quedou-se absorto.
Calado, o Irmão Oficial foi-se embora.
Ele havia contado à pobre dama só piedosas lorotas.

Que ao longo dos dias ela alimentaria.
Enquanto ele tossia, os olhos da velhota,
repletos de deleite e triunfo, haviam brilhado
por seu bravo menino, o glorioso soldado.

Lembrou-se ele então como este inútil maricas
Apavorou-se quando aquela noite a mina explodiu em Wicked Corner.
Como não poupou esforço para que o enviassem a casa.

E como, enfim já morto
e em pedaços, ninguém parecia se importar
Exceto a solitária velhinha de olhos no ar.


Em combate

Outro poeta/soldado/defunto foi Edward Thomas (1878/1917), que deixou uma estrofe eivada de solidão chamada “In Memoriam”, escrita na Páscoa de 1915, dois anos antes de ser aniquilado por uma granada:

As flores que esta noite se adensam nas ramadas
recordam-nos os homens distantes de seu povo.
Nesta Páscoa as teriam colhido para as amadas,
entretanto jamais as colherão de novo.

O cinema também consegue traduzir o horror da guerra através de cenas memoráveis, como a roupa vermelha da judia em contraste ao preto e branco dos algozes em “A Lista de Schindler” ou a cena em que o jovem soldado dedilha uma melodia ao piano, e é acompanhado por uma bela jovem alemã, na boa película “Corações de Ferro”, do diretor e roteirista David Ayer.

Este filme, de 2015, consegue reproduzir o ambiente claustrofóbico de um tanque chamado Fury, onde se aboletam homens rudes e o citado soldado culto, que fora à guerra para ser datilógrafo e acaba sendo o herói da história, onde os soldados americanos não são tratados como santinhos, e onde a violência espoca por todos os lados. "Ideais são pacifistas, mas a história é violenta", a personagem defendida por Brad Pitt deixa isso bem claro em uma das cenas do filme. Os dois exemplos do cinema são da Segunda Grande Guerra, que tinha novamente como antagonista os alemães, cegos e loucos, absolutamente mimetizados pela figura de seu Führer.

A Segunda Guerra já não foi mais das trincheiras, das granadas e dos poemas. Foi sim dos diários esquecidos nos porões, das bombas atômicas e dos filmes, daqui e de acolá, que vendiam as idéias a quem se prestasse a comprá-las.

Ao fim da exibição do filme de Ayer uma cena carece de uma reflexão. É quando um soldadinho alemão vê o recruta americano sob o tanque, coberto de lama. Ele simplesmente finge não vê-lo. E isso, o acaso, é o que lhe poupa a vida. E no fim percebemos que entre tantas máquinas de guerra, havia espaço sim para alguma delicadeza e é justamente neste intervalo que surgiam os poemas, bons ou maus.  
E eis um aqui, de alguém que nunca lutou numa guerra, ao não ser que tenha vivido outras vidas.

Aquelas canções que cobriam de esperança os homens de chumbo
nas noites de inverno inclemente, perdidos e famintos
em terras tão estranhas, estrangeiras,
como as estrelas desse outro céu.

Aqueles pavilhões que tremulavam
nas mãos amedrontadas de soldados meninos,
em tardes tão nubladas, de pensamentos imprecisos
em lugares em que não eram bem-vindos.

Aquele cheiro detestável de pólvora
que parecia impregnar a própria alma,
nas manhãs silentes e apavorantes de uma guerra sem propósito,
de uma vida esquecida.


O Fury avança para sua missão suicida

Onde há Deus, nada falta

Em meus tempos de criança, em Serranópolis de Minas, a oração do Terço era um ritual feminino. Senhoras quase sempre mais idosas, com suas vozes monocórdias, repetiam as frases que compõem a famosa ode à figura da mãe de Jesus. Desta forma a voz, em uníssono, soava tranquila, maternal, como deveriam ser todas as orações.

Para Rui Barbosa, Deus é o verbo que dá significado à gramática da vida. E nada melhor do que submergir neste mistério tendo as vozes maviosas da mãe, de tias e de outras mulheres, como guias. Um universo particular, e feminino.Não que rezar o Terço não fosse coisa de homem nesta época, mas era difícil imaginar um marmanjo, na década de 1980, puxar os “Pai Nossos” e “Ave Marias” que compõem a famosa cantilena católica.

Evidentemente que os homens também iam às rezas nas casas em minha cidade natal, mas quase sempre apenas acompanhavam as esposas e filhos e repetiam baixinho as orações, quase em tom de confissão. As mulheres é que marcavam as contas do Rosário e entoavam os cânticos laudatórios à figura da Virgem Maria.Qual não foi minha surpresa quando participei de um encontro do Terço dos Homens em Serranópolis?

Uma confraria que se reúne todas as semanas para rezar e refletir acerca das dificuldades da vida e compartilhar experiências. Tudo feito pelos homens da comunidade, incluindo meu pai, Almir Alves. No total são quarenta serranopolitanos que se reúnem nas segundas-feiras para um encontro sincero com Deus e o panteão de santos do catolicismo. E o evento de que participei não foi um encontro comum. O grupo comemorava quatro anos e escolhera o Parque Estadual Serra Nova para uma oração diferente, cercada pela natureza em um dos locais mais belos de Minas Gerais.

O escritor russo Leon Tolstoi teria dito que “Onde há fé, há amor. Onde há amor, há paz. Onde há paz, há Deus. E onde há Deus, nada falta”. Esse parece ser o sentimento que move os homens de Serranópolis quando buscam o Sagrado para suas vidas. Certamente estes homens, com rostos vincados e mãos calejadas, têm seus defeitos e falhas, como todo ser humano, mas pelo menos estão imbuídos da busca de entendimento, não se confinando a uma vida de afastamento, ou de estudado deboche diante do mistério Dele.Senti-me muito bem ao lado de meus conterrâneos e aproveitei para pedir a Deus bênçãos para minha família e agradecer pelas vitórias conquistadas.

Os homens que foram até lá puderam ver de perto o que as excelentes chuvas do histórico mês de janeiro deste ano, propiciaram para o meio ambiente do parque, que vicejava água e frescor por todos os lados.

Neste mesmo local, a Serra do Talhado, meu pai levou uma imagem da padroeira do Brasil em 1980 e iniciou uma romaria anual no dia doze de outubro. Na data muitas pessoas vão até o local para agradecer por graças alcançadas e para novas “encomendas” celestiais.O local tem uma indiscutível beleza, tão original e surpreendente, quanto a fé dos homens devotos de Nossa Senhora Aparecida em Serranópolis de Minas.



Dicas culturais para os sobreviventes do carnaval:


Filmes: A ficção científica apresentou nos últimos anos três clássicos, que são Interestelar, Gravidade e Perdido em Marte. Não deixe de ver nenhum deles.

Música: Nas últimas semanas ouvi bastante Pearl Jam, Violent Femmes e Eagles of Death Metal

Livro: Li "Rio Bossa Nova", do Ruy Castro, com dicas bem legais de lugares para ir na Cidade Maravilhosa.

Da lama ao caos

O rompimento da barragem de rejeitos da empresa Samarco em Mariana pavimentou pequenos rios por onde passou. E o tsunami ainda matou o rio Doce, importante manancial que liga Minas Gerais ao litoral capixaba. É simplesmente impossível mensurar o tamanho do prejuízo para a fauna e a flora. E o que dizer das vidas humanas levadas pelo mar de lama?

O “acidente” abriu os olhos de todos para as represas onde as empresas, após retirar o minério de ferro, depositam os rejeitos desta operação. Existem mais de quatrocentas só no estado de Minas. E em pelo menos 27 delas não há sequer informações acerca das condições estruturais. Um total acinte. Este não foi o primeiro “acidente” e, infelizmente, não deve ser o último a julgar pelas ações titubeantes por parte da empresa responsável pelo acontecido e também pelos governos.

Numa entrevista coletiva nesta semana, um jornalista perguntou para um diretor da Samarco se a empresa devia desculpas pelo “acidente”. Nem sei se a pergunta seria adequada naquele momento, mas felizmente foi feita. A resposta protocolar é que foi um desastre. O moço saiu pela tangente e disse que não é caso para desculpas. É verdade. Pedir desculpas é algo tão óbvio, tão básico, que não deveria sequer ser mencionada no circo midiático em que se transformou a coletiva, e sim deveria ter sido a primeiríssima providência a ser tomada por quem causou o impacto, tendo culpa ou não. Afinal pessoas morreram, lugarejos foram riscados do mapa e milhões de peixes e outros animais pereceram.

Otto Lara Resende disse, certa vez, que o mineiro era solidário apenas no câncer. Os fatos em Mariana, e posteriormente em Governador Valadares, mostraram que a máxima, embora curiosa, não é verdadeira. Diante da força da mobilização do povo, ficou a certeza de que ninguém está sozinho na aldeia global digitalizada em que nos metemos.

As redes sociais só não desempenharam papel mais relevante, graças à quantidade de informações errôneas que parecem se disseminar numa velocidade maior do que os fatos propriamente ditos. São os revezes deste “jornalismo sem filtro” inaugurado, sobretudo, pelo Whatsapp, mas que não tiram os méritos dos furos alcançados por pessoas comuns munidas de celular e senso de oportunidade.Portanto, caso não tenha percebido, a foto de uma menininha enlameada com um cachorrinho não era em Mariana, assim como a imagem da Praça dos Três Poderes em Brasília apinhada de gente não foi no feriado de quinze de novembro e sim no histórico junho de 2013. E os meios de comunicação, -todos eles!-, não deixaram de mostrar esse “fato histórico” e priorizou a cobertura dos outros acontecimentos da semana: Paris e Mariana.

Noutros tempos, antes das privatizações do governo FHC, a Vale, empresa que controla a Samarco, tinha em seu nome um complemento interessante. Era a “Vale do Rio Doce“, lembra? E hoje sequer um pedido de desculpas “vale” pela lama jogada no rio. Doce ironia. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Estado islâmico x estado lâmico

Enfim deixamos para trás uma das mais terríveis semanas de que me lembro.
Nos últimos dias, grande parte do Parque Estadual da Lapa Grande em Montes Claros queimou. E a chuva, tão aguardada, acabou chegando um tanto tarde para ajudar a debelar as chamas que assustaram e nos fizeram chorar.

Tragédia ainda maior se abateu no rio Doce, onde os dejetos da mineração empestearam um dos nossos mais importantes mananciais, levando-o a uma situação que talvez seja resolvida em décadas ou, talvez, nunca volte a ser o que era. No rastro da destruição da imundície da Samarco muitas vidas se perderam.
E na última sexta, ironicamente dia 13, o mundo voltou a ser sacudido pelo medo do terrorismo, numa tragédia ainda maior: o massacre de Paris.

Confesso que fiquei triste ao perceber que algumas pessoas, ao postarem fotos com a bandeira da França, foram hostilizadas por outras que, ao tentar comparar as tragédias, se viram no direito de julgar o sentimento alheio.

E teve ainda os que colocaram bandeiras de Minas, após o terrorismo que se abateu sobre Paris, como forma tardia de expressar seu bairrismo, em detrimento a um dos fatos mais aterradores pelo qual passou a humanidade, em todos os tempos. E, como sabemos, na “ágora” superficial da internet parece prevalecer aquela máxima: Se concordo contigo, sou sábio. Se não concordo, sou tolo. Sentimento que guarda semelhança com o próprio fundamentalismo.

Comparar o incomparável não é nenhum pouco razoável. Ainda mais que as tragédias de Mariana e Paris são absolutamente distintas.

Uma é fruto da imperícia e da negligência, erigida numa somatização assustadora de fatores externos, que passam, inclusive, pela anuência de órgãos que deveriam fiscalizar as tais barragens e não cumpriram suas obrigações. Até o fato dos governos valorizarem excessivamente o lucro em uma atividade que deixa tantos rastros de destruição como a mineração. Neste caso, no entanto, não é possível afirmar que havia intenção em se cometer algo assim, embora tudo corroborasse para isso.

Já a outra tragédia foi produzida deliberada e propositalmente, justamente numa cidade que guarda tesouros inestimáveis da história humana, berço do iluminismo e terra em que se primeiro ousou falar em democracia, através da legítima expressão que “iluminou” as trevas do Velho Mundo, e também do novo, onde estamos: Liberdade, igualdade, fraternidade.

Condoer-me por Paris, não significa absolutamente insensibilidade por Mariana, e pelo rio Doce, onde o “Instituto Terra”, capitaneado pelo fotógrafo Sebastião Salgado e a esposa dele, recuperou tantas nascentes, e é uma inspiração permanente para o projeto Vidas Áridas, que encabeço juntamente com meu amigo Geraldo Humberto e tantos outros parceiros.

Simplesmente não cabe comparação, e não é possível tentar medir sob suas réguas, o pesar dos outros. Certamente para a mãe que perdeu o filho levado pela lama do descaso não há tragédia maior. Mas para a humanidade o que aconteceu em Paris traz de volta a sensação de pavor diante de um inimigo sem rosto, que não ouve, não negocia e não poupa inocentes, e lança sua ameaça a todos, até mesmo nos Jogos Olímpicos que se aproximam, e que serão realizados no Brasil.

Por isso, quem colocou nas redes sociais a bandeirinha da França tem a minha compreensão, e quem sou eu para julgar aqueles que puseram a de Minas apenas depois dos fatos lamentáveis de Paris? Cada cabeça uma sentença. 

Quanto a mim, só me resta a bandeira do luto, que não está no perfil do meu Facebook. Ela tremula na alma. 

E o que traz um pouco de conforto é a lembrança de que hoje é domingo e, portanto, começa uma nova semana.

domingo, 6 de setembro de 2015

Vidas Áridas na Câmara dos Deputados

O projeto Vidas Áridas tem uma atuação bem definida: temos a pretensão de unir todos os políticos da região e a sociedade para tratar dos recursos hídricos com a seriedade que o assunto exige. O projeto, criado por mim e por meu colega Geraldo Humberto, tem algo fundamental no Jornalismo: a imparcialidade.

No Congresso
Mas hoje o Vidas Áridas não é somente um projeto jornalístico. Somos uma referência em matéria de meio ambiente no Norte de Minas e temos pautados nossas ações em três palavras fundamentais: Ação, ação e ação!
Além das palestras em escolas, da proteção de nascentes e da limpeza de rios, o Vidas Áridas participa efetivamente de audiências públicas.
No mês de julho os membros do projeto foram convidados para falar sobre revitalização do rio São Francisco em uma comissão da casa que trata da transposição do rio.

Fala de Geraldo Humberto
A experiência foi muito rica. O convite partiu da deputada federal Raquel Muniz, e durante a nossa fala, transmitida pela TV Câmara, dezenas de deputados e até mesmo o senador de Sergipe, Eduardo Amorim, participaram da reunião. Foi uma excelente oportunidade para mostrarmos que no norte de Minas existe um projeto bem articulado, que conta com o apoio da afiliada da Globo, onde trabalhamos, e que tem conseguido colocar a convivência com a seca como assunto principal na região. E assim deve ser diante da gravidade do quadro.
Entrevista com o presidente da Comissão
Como jornalista é uma experiência muito rica também, já que é uma oportunidade para adquirir novos conhecimentos sobre o que ocorre no mais alto patamar da política brasileira. E como ambientalista, função que tenho orgulho de ter, o espaço da Câmara é desafiador, para tentar buscar apoios e tentar sensibilizar as autoridades sobre a situação precária que vive nosso Velho Chico. Outras viagens a Brasília devem acontecer em breve, pois fomos sondados pelo deputado Zequinha Sarney, que teve reconhecida atuação no meio ambiente, para falar sobre o Vidas Áridas na comissão que ele preside e que trata do meio ambiente.
Encontro com deputado Zequinha Sarney  




Délio Pinheiro e Geraldo Humberto

Há muito a ser feito, mas os desafios costumam se tornar menores quando nos cercamos de bons combatentes e força de vontade. Sabemos que os interesses que costumam inspirar as ações de boa parte de nossos representantes passam ao largo do que acreditamos e defendemos, mas precisamos ter confiança que é possível ter um mundo melhor. E convidamos você a ser nosso aliado. 

Comunicação e alguns ruídos parte 2

Sigo minha missão de deixar registradas neste blog algumas peripécias de minha carreira na comunicação, seja na TV quanto no rádio. E estes veículos são pródigos em produzir momentos impagáveis. A TV em Montes Claros comemorará 35 anos em breve, e muitos profissionais que já passaram pela emissora voltarão em breve ao vídeo numa bem produzida série preparada por meu colega Pablo Caires, e e certamente não vão faltar relatos deste tipo. 

É da natureza humana o protagonismo de histórias curiosas, sejam elas engraçadas, curiosas ou emocionantes. E teve uma que me recordei nesta semana ao proferir uma palestra em um Fórum de Comunicação. 

Eu estava fazendo uma reportagem na Catedral de Nossa Senhora Aparecida em Montes Claros quando percebi um jovem que havia dito alguns meses antes que tinha uma mania. A obsessão dele era aparecer no vídeo da TV. Ele me contou quando nos conhecemos que já tinha conseguido aparecer mais de uma dezena de vezes só na InterTV, onde trabalho. "Teve uma vez em um acidente, quando eu dei até entrevista. Outras vezes foi em situações ao vivo, quando eu aparecia no meio da multidão. Ah, e teve outra durante a exposição agropecuária". Em resumo, o cara é um típico papagaio de pirata. E ele não está sozinho, pois muitas vezes até prefeitos e deputados lançam mão deste estratagema quando algum político mais poderoso pisa no norte de Minas.

Neste dia na igreja o cinegrafista Marcelo Pimenta, que foi meu colega na InterTV, estava filmando a fila da Eucaristia, que é quando os fieis aguardavam a hóstia que representa o sangue e o corpo de Cristo. Nosso herói  resolveu buscar a dele. Marcelo filmava e o sujeito caminhava com um olho no padre e outro na câmera. Quando o moço já havia chegado bem próximo do celebrante, meu cinegrafista parou de filmar. O sujeito então recebeu a hóstia e voltou para o seu lugar. Pelo menos até perceber que havia outra equipe de reportagem na igreja, a da TV Geraes. O cinegrafista da emissora também passou a filmar a fila da Eucaristia. O rapaz não teve dúvida: voltou para a fila e com a maior cara de pau ficou no aguardo da hóstia, repetindo o gesto que fizera minutos antes.

Admito que fiquei tenso ao ver que, de novo, ele se aproximava do padre. Mas a experiência terminou antes que ele perpetrasse essa "heresia", graças a Deus, já que o cinegrafista da Geraes parou de filmar pouco antes do rapaz se encontrar com o padre. E sem a câmera virada para ele, o jovem voltou para o seu lugar. Ele não recebeu a hóstia duas vezes, mas foi por muito pouco. 
Mas alguém dúvida que ele iria desistir se a câmera continuasse filmando?

Historinhas do rádio:

# A velha concepção de que apenas uma voz grave basta para o sujeito se tornar locutor de rádio, em detrimento, por exemplo, da formação intelectual, é responsável por momentos muito curiosos. E quando o comunicador tropeça na língua portuguesa o tombo geralmente é feio. Tem o caso daquele locutor que estava contagiado pela euforia do companheiro lá do departamento comercial, que acabara de receber a notícia de que era tio pela primeira vez. Para comemorar o fato o locutor mandou um abraço para o amigo no ar: "Abraço pro Odair, todo contente... tá que não se aguenta... tá em polvoroso porque vai ser titio pela primeira vez...".

# O departamento de jornalismo de parte significativa das rádios do interior se limita a um profissional altamente gabaritado, o "operador de tesoura". Também conhecida por "Gilette Press", esta prática consiste em recortar as notícias impressas em jornais e levá-las para o locutor ler. Isso explica a razão de uma notícia como essa ter sido escolhida para o noticiário daquela emissora. O texto falava de uma tempestade de neve nos Estados Unidos, ocorrida no estado de Ohio. O problema é que o locutor leu o nome do estado aportuguesando-o. O resultado foi muito curioso: “Uma nevasca repentina atingiu o Ôio. Várias casas foram destruídas e pelo menos uma pessoa se feriu gravemente”. E como se não bastasse, o locutor concluiu: “Essa pessoa deve ter ficado cega, eu presumo”.
# Era a estreia do locutor em uma rádio de Janaúba. Ele avisara a família e os amigos que iria começar na rádio e todos ficaram esperando para ouvi-lo. Sabendo da expectativa de todos ele resolveu que a primeira música que anunciaria na emissora seria em inglês, porquê assim era muito mais chique e causaria mais impressão. O grande hit daquele ano era a música “By my side”, da banda australiana INXS, que deve ser lido desta forma: “In Excess”, ou em bom português “Em excesso”. Pois bem, talvez tenha sido o excesso de nervosismo o responsável por esta pérola. Depois de memorizar a pronúncia da música em voz alta dizendo: “Bai mai saide, bai mai saide”, o locutor estreia no rádio: “Olá gente, bom dia, a partir de hoje estarei sempre aqui na rádio e é bom contar com seu carinho. Para começar o programa tem a música By my side, Inquis.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A atemporal história do tempo

Estamos vivendo dias velozes. Velozes como a própria informação, que trafega em meio a um emaranhado de fios e fibras ópticas e aproxima pessoas com apenas um clique. Mas aproxima apenas virtualmente, pois a cada dia nos vemos mais e mais reféns de nossa falta de tempo e, consequentemente, longe das pessoas de que gostamos.

Enquanto os dias e semanas vão se perdendo no sorvedouro de nossas expectativas adiadas, nos vemos às voltas com nossas obrigações e reuniões inadiáveis. Então, fica a pergunta: é melhor acelerar e tentar alcançar o trem bala do destino ou deitar à sombra de uma árvore e deixar que a ociosidade se desculpe pelo caos, pelo rush e pela fumaça?

Talvez as duas opções estejam erradas. Talvez tudo que aí está esteja errado. Mas de uma coisa eu sei, não podemos negligenciar os pequenos prazeres da vida, e esses pequenos prazeres são absolutamente pessoais e intransferíveis.

Lembro-me de um livro que li, embora não me lembre o nome do autor agora- notem que eu poderia consultar o santo Google e não o fiz, pelo menos por enquanto- e que conta a história de um soldado que passa a vida toda à espera de uma guerra que nunca vem.

Enquanto isso sua vida vai sendo consumida por um forte militar em que ele se meteu e que exerce algum tipo de fascínio mortal sobre o protagonista. O nome do livro é "O Deserto dos Tártaros" e o final da obra emociona os que acompanham a vida de Giovanni Drogo. É este o nome do militar. De certa forma o fim emblemático e até certo ponto previsível do romance nos remete aos dias atuais em que muitos se dedicam obstinadamente a objetivos efêmeros, e passam sua juventude lutando por um ideal e deixam de viver a vida verdadeiramente, seja lá o que isso signifique.

Bom, a essa altura da croniqueta eu não resisti e consultei meu oráculo eletrônico. O livro é do Dino Buzatti, autor italiano que já foi comparado, com algum exagero, a Kafka graças à seu gosto pelo pessimismo e pelas soluções surreais e creio que é uma ótima alegoria sobre a passagem do tempo.

Acredito até que esse livro possa mudar sua vida, pois a mensagem clara de que não podemos desperdiçar esse milagre assombroso que é estar vivo talvez acenda uma luz qualquer aí em você, como um dia acendeu em mim, enquanto eu lia esse livro, deitado à sombra de uma árvore lá em Serranópolis, minha macondo natal.

Outro dia eu li uma entrevista antiga do Gabriel Garcia Marquez na qual ele comentava sua relação com o pai. O grande Gabo disse que antes não tinha um bom relacionamento com seu velho, mas agora que eles tinham a mesma idade se entendiam muito bem. Acho que, depois desta, não é preciso acrescentar mais nada né?

Diante da efemeridade que se perpetuem as tentativas de encontrar significado

Música do dia: Céu de Santo Amaro- Flávio Venturini e Caetano Veloso, baseada numa cantada de Bach
Filmes do dia: O clássico Sonata de outono de Ingmar Bergman e o incrível "Wiplash", que mostra o lado hardcore do jazz.
Citação dia: "A juventude é uma coisa maravilhosa. Que pena desperdiçá-la em jovens"- Bernard Shaw

terça-feira, 28 de julho de 2015

Vidas Áridas- Um breve resumo das atividades feitas até agora


O projeto Vidas Áridas surgiu da iniciativa dos jornalistas Geraldo Humberto e Délio Pinheiro, funcionários da afiliada mineira da Rede Globo nas regiões norte, noroeste, central e Vale do Jequitinhonha, a InterTV Grande Minas. O projeto começou em 2012 quando os jornalistas realizaram uma viagem ao extremo norte do estado para registrar aquela que foi, até agora, a maior seca que o estado já enfrentou em cerca de um século. O objetivo era registrar em fotografias, e também em reportagem para a emissora, este momento crítico. De volta da viagem eles lançaram em 2013 a exposição “Fome de água no sertão”, que deu início ao projeto.
Morador da zona rural de Espinosa

Antes de tudo um forte
O nome Vidas Áridas é uma homenagem a famosa obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas. Ainda em 2012 o projeto ganhou contornos que nem os próprios criadores supunham, já que sob a bandeira do Vidas Áridas vieram se abrigar parceiros que enxergaram no projeto uma oportunidade para a sociedade exprimir suas opiniões acerca de assuntos tão importantes, como a correta utilização dos recursos hídricos.

Logomarca do Instituto
Neste mesmo ano foram realizadas as chamadas “Caravanas Vidas Áridas”, nas cidades de Serranópolis de Minas, Pai Pedro e Taiobeiras. Oportunidades em que foram discutidos, em audiências públicas, assuntos relevantes de cada lugar. Neste mesmo ano os idealizadores passaram a ministrar palestras em empresas e escolas, sempre com o objetivo de despertar a consciência ambiental das pessoas.

Vidas Áridas em Pai Pedro
Vidas Áridas em Serranópolis
Em 2013 o Vidas Áridas passou a participar de grandes discussões regionais, como a defesa da retomada das obras do reservatório de Berizal, no Alto Rio Pardo. Neste ano o Vidas Áridas passou a contar com dezenas de colaboradores eventuais e um permanente, o ambientalista Sóter Magno, que preside a ong OVIVE, Organização Vida Verde, importante parceira nesta caminhada. 
Quando a objetividade do jornalismo chega ao fim
Uma grande bandeira: A retomada das obras de Berizal
Neste ano o projeto fez várias viagens a Belo Horizonte, Brasília e a Fortaleza, no Ceará, sempre em defesa dos interesses regionais no que diz respeito ao aproveitamento consciente da água, matéria prima tão necessária e cada vez mais escassa.
Entrevista com o governador de Minas
Viagem a Fortaleza pelo Vidas Áridas
Neste mesmo ano foi feita a primeira Expedição Vidas Áridas. Durante uma semana os jornalistas, acompanhados de diversos parceiros, percorreram novamente o extremo norte do estado e o Alto Rio Pardo para uma série de reportagens para a InterTV e também para captar imagens para um nova exposição. O resultado foi surpreendente. A exposição “Quem tem sede não pode esperar” revelou regiões e pessoas devastadas pelo clima. O Vidas Áridas ganhou reconhecimento e ainda mais visibilidade. Neste ano foram feitas dezenas de palestras e o movimento passou a fazer, em definitivo, parte da vida de milhares de pessoas.
Partida da primeira expedição
Em 2014 o Vidas Áridas se lançou em um projeto ainda mais ambicioso. Foi feita novamente uma grande expedição, e o foco foi o rio São Francisco. Durante duas semanas aventureiros percorreram o rio da represa de Três Marias ao estado da Bahia, retratando as dificuldades de navegação, o sumiço dos peixes e o desalento dos barranqueiros.
Foto linda no município de Catuti
O ano não poderia ser mais apropriado para uma expedição como essa, pois foi quando ficaram escancarados os problemas gigantescos do rio. Uma das nascentes principais do Velho Chico, em São Roque de Minas, secou e nunca o lago de Três Marias ficou tão vazio. A capacidade acima do mínimo ficou inferior a três por cento. Neste quadro sombrio o trabalho ganhou repercussão nacional. Uma série de reportagens foi exibida na InterTV e também na Globo Minas e os olhos da nação se voltaram para a região.
Os idealizadores contam que, a partir deste momento, ficou impossível aceitar todos os convites para palestras e o envolvimento em causas diversas. Simplesmente os problemas eram imensuráveis e não havia condições técnicas e humanas para dar conta da demanda.
Singrando o Velho Chico
Mas longe de ser um problema, isso foi visto como uma oportunidade para posicionar o Vidas Áridas como a principal voz em defesa dos recursos hídricos, sobretudo do São Francisco, no norte de Minas. Um projeto que não tem viés político partidário e que não está a serviço de nenhum partido ou político. O projeto, criado por dois jornalistas, agora se fazia representar por milhares de pessoas que passaram a bater no peito e dizer, com orgulho: “Eu também sou Vidas Áridas”.
Antonio Jackson e Délio Pinheiro, membros do Vidas Áridas
Em 2015 foi lançada a terceira exposição fotográfica intitulada “Salvem-me para que eu possa salvar vocês”. O grito de socorro do São Francisco ficou, como as outras duas mostras, em exposição no principal centro de compras de Montes Claros e passou por diversas cidades, como Pirapora, Japonvar, Matias Cardoso e também em Brasília, Distrito Federal.
Em Pirapora
Neste momento os idealizadores já computavam dezenas e dezenas de palestras proferidas e muitas ações, mas ainda havia o desejo de tornar o Vidas Áridas ainda mais atuante. A ideia é que o movimento pudesse não apenas mobilizar, mas também realizar ações. Foi assim que surgiu o projeto “Nascente Viva”, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Montes Claros.
No Dia Mundial da Água, o Vidas Áridas, e seus parceiros, cercaram a nascente do córrego Gameleiras em Montes Claros. Foi o projeto piloto de uma ação de longo prazo que pretende cercar todas as nascentes do município. A ideia principal é que essa ação possa inspirar outras cidades e pessoas a fazerem o mesmo com seus mananciais. As nascentes da região do Córrego Matias serão as próximas a serem cercadas pelo projeto, que se fortaleceu e hoje conta com dezenas de apoiadores diretos, entre eles o Exército Brasileiro.

Um passo em relação ao futuro
Um gesto, um exemplo
Outra ação desenvolvida em 2015 foi a limpeza de uma área do rio Vieiras, afluente do Verde Grande, no município de Montes Claros. Com parceiros, entre eles a COPASA e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, foram retiradas mais de trinta toneladas de lixo da calha do pequeno afluente, que faz parte da bacia hidrográfica do São Francisco. E outras ações como essas estão previstas para os próximos meses.

O diagnóstico
A ação humana
A limpeza
Em julho de 2015, o Vidas Áridas se juntou a um grande parceiro, o projeto Manuelzão, criado pelo doutor em educação, médico e ambientalista Apolo Heringer. Ele e outros parceiros se juntaram em Matias Cardoso para a criação de um documento que pretende nortear as ações em prol da revitalização imediata do São Francisco.
A Missiva, intitulada “Carta de Morrinhos”, numa referência ao antigo nome da primeira freguesia do estado de Minas Gerais, deve chegar às mãos das principais autoridades do país. A expectativa é que dela surjam ações emergenciais em defesa do rio. O professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Flávio Pimenta, resumiu em apenas três palavras a postura do Vidas Áridas: “Ação, ação e ação!”.
Geraldo Humberto e Apolo Heringer
Reunião no banco de areia
Também em julho os integrantes do projeto, Geraldo Humberto, Délio Pinheiro e Sóter Magno, foram convidados para falar na Comissão Externa da Transposição do São Francisco no Congresso Nacional, em Brasília. Durante quase três horas os ambientalistas bateram fortemente na tecla da importância da revitalização do rio, sob pena de não ter água suficiente para os irmãos nordestinos a serem beneficiados pelas obras da transposição, que já estariam 85% finalizadas, conforme foi informado na audiência. Já foi dito que “um anêmico não deveria doar sangue”, e é essa a impressão que temos em relação ao Rio da Integração Nacional. A audiência contou com a participação de dezenas de deputados e de um senador de Sergipe, Eduardo Amorim.

Fala de Sóter Magno em Brasília
A nova exposição do Vidas Áridas foi montada em uma das galerias da Câmara dos Deputados e centenas de pessoas, entre elas muitos deputados, viram as imagens do ocaso que vive o nosso rio mais importante.
Para 2015 ainda estão previstas várias atividades a serem desenvolvidas pelo Vidas Áridas. A exposição completa de fotografias passará por Januária e Três Marias, e em outras cidades a serem confirmadas nos próximos meses.
A entrega da “Carta de Morrinhos” deverá ser feita, entre outros lugares, em Brasília. Autoridades estaduais e nacionais com representação na bacia do São Francisco receberão o documento, e se comprometerão a defendê-lo e a implantá-lo.
O projeto ainda vai realizar uma nova expedição pelo Velho Chico. O foco desta vez serão os afluentes do São Francisco, tão castigados pela seca que já dura pelo menos cinco anos na região. Os rios Paracatu, Velhas, Jequitaí e Verde Grande são alguns que devem receber os expedicionários. A previsão é que a nova “aventura da cidadania” aconteça em outubro ou novembro.
Em novembro, entre os dias cinco e sete, em Montes Claros, o Vidas Áridas realiza um Congresso Internacional com a participação de milhares de alunos e professores, de instituições nacionais e estrangeiras. Em foco as discussões e ações a serem implementadas nos próximos anos.
Grande ação para pensar o Brasil
Outros dois grandes projetos a serem desenvolvidos nos próximos meses é a publicação de dois livros. Um deles trará as fotografias e os bastidores das duas primeiras exposições fotográficas feitas pelo projeto. E outro, obviamente, será específico sobre a “Expedição Velho Chico”.
E ainda haverá as palestras em escolas públicas, quando são levadas algumas fotografias da exposição e exibido o documentário da expedição pelo Velho Chico. Cidades como Salinas e Montalvânia já contataram o projeto, que também conta com dezenas de convites de escolas públicas, a serem atendidos nos próximos meses. Os idealizadores fazem questão de salientar que não há nenhum tipo de custo quando as palestras são feitas em locais como escolas públicas, igrejas, associações de moradores e em outros lugares onde não há fins lucrativos, como é a própria essência do Vidas Áridas.
Palestra no Colégio Unimax
Palestra em escola municipal
Palestra no Parque Municipal
Depois de passados quase quatro anos desde o início desta história, pode-se dizer que nem os idealizadores do projeto imaginavam que o Vidas Áridas ganharia tanta repercussão e relevância em tão pouco tempo. Mas isso não aconteceu por acaso. Certamente o apoio da InterTV Grande Minas é preponderante para o êxito do projeto, que se estrutura para se tornar um instituto formalizado, com vistas a potencializar ainda mais as ações já desempenhadas até aqui. “O Vidas Áridas é hoje um braço social da emissora, e para nós é uma honra contar com o apoio da empresa onde trabalhamos”, registrou Geraldo Humberto.

Antonio Jackson é entrevistado no MGTV
Outro motivo para o sucesso do Vidas Áridas é a relevância dos assuntos abordados pelo projeto e a abnegação dos que fazem parte da linha de frente, entre os quais se destacam ambientalistas, professores e acadêmicos, que podem se vangloriar de estar fazendo sua parte diante do quadro desolador criado pelo próprio homem. E se cada vez mais outras pessoas dedicarem seu tempo e seu esforço, e isso certamente inclui os políticos, poderemos minimizar os efeitos da ação deletéria do próprio ser humano em nosso planeta. E esse o chamado que o Vidas Áridas faz.Você aceita fazer parte da geração que pode ter começado a salvar a Terra? Se sim, já sabe o que fazer: Ação, ação e ação!
Délio Pinheiro e Flávio Pimenta